Niki Lauda conquistou o primeiro dos seus três títulos de campeão do mundo em 1975 com a Ferrari depois de anos de jejum da Scuderia, o que o projectou a nível global. Mas é um dos pilotos mais controversos da F1 e ao longo da sua carreira despertou amores e ódios nas equipas e nas pessoas com que lidou, mas uma coisa é certa: ninguém contesta o seu talento como piloto.

Sem grandes apoios, conseguiu financiar a sua ascensão à F1. Em 1973 deu nas vistas com um BRM pouco competitivo e Clay Regazzoni chamou a atenção de Enzo Ferrari para o austríaco, quando lhe disse que "era um jovem pouco conhecido (...) que poderia fazer muito com a Ferrari", como recorda o comendador no seu livro "Piloti, che Gente". "Lauda foi chamado à Ferrari e pareceu-me um jovem obstinado com a sua preparação e no desenvolvimento dos carros, que fazia de forma intuitiva e natural", recorda Enzo Ferrari no seu livro.

Em 1974, com a Scuderia, garantiu duas vitórias e nove pole-positions. No ano seguinte chegou a consagração. É certo que nem tudo começou bem, mas depois do GP do Mónaco garantiu quatro vitórias antes de começar a contar os pontos que lhe valeram o primeiro titulo no GP do Itália. O ano de 1976 começou da melhor forma com quatro vitórias do austríaco nas seis primeiras corridas, mas depois surgiu o terrível acidente em Nurburgring. Mas, contra tudo o que se pensava de Niki Lauda, regressou e garantiu o 4º lugar no GP de Itália.

Na sua ausência James Hunt (McLaren) recuperou terreno e no GP do Japão apenas três pontos separavam os dois candidatos ao título. Mas sob condições meteorológicas adversas, o austríaco decidiu retirar-se: o britânico ganhou o campeonato e as relações com Enzo Ferrari degradaram-se. Mesmo assim, uma grande regularidade permitiu-lhe garantir o segundo título em 1977, mas no final da temporada trocou a Scuderia pela Brabham onde esteve dois anos até assumir a desmotivação e anunciar o abandono da F1 no final da temporada de 1979, para se dedicar à Lauda Air, a companhia de aviação que fundara.

Os negócios com os aviões não correram bem e em 1982 Niki Lauda regressou à F1, desta vez com a McLaren, voltando a ser protagonista. No ano seguinte, com a equipa de Woking a evoluir o motor TAG-Porsche, os resultados foram medíocres e em 1984 Alain Prost chegou à equipa. A relação entre os dois foi melhores do que o previsto, apesar da rivalidade em pista. O francês garantiu sete vitórias e o austríaco ganhou cinco corridas, mas foi mais regular e garantiu o seu terceiro título mundial com meio ponto de vantagem.

Em 1985 a McLaren privilegiou Alain Prost e Niki Lauda voltou a assumir a desmotivação e despediu-se (mais uma vez) da F1. Assumiu o papel de comentador da cadeia de televisão RTL, criou a confusão na equipa Lotus de F1, não teve uma vida fácil como consultor da Ferrari, mas conseguiu garantir uma presença activa no seio da actual equipa Mercedes.